Está em cartaz no Centro Cultural CEEE Erico Verissimo a exposição O Relevo, que traz traduções em relevo de obras que já estiveram presentes ao longo de dez edições da Bienal do Mercosul, pelas mãos da artista plástica Lenora Rosenfield. As peças foram desenvolvidas com a técnica inédita de afresco sintético, e interpretadas nas mesmas dimensões e cores das originais, para que possam ser compreendidas e experimentadas por deficientes visuais por meio do toque. Os visitantes com visão também podem aproveitar as sensações, pois adentram num ambiente com baixa luminosidade.
A experiência tecnológica ocorre por meio de uma luva, criada em parceria com a empresa ThoughtWorks Creative Technology Consultants. Com o aparato, os visitantes “enxergam” os trabalhos de Lenora com a ponta dos dedos. Para a artista, a oportunidade de democratizar a arte é uma tarefa especial. “Desde 2015, quando tive a oportunidade de receber um grupo de deficientes visuais numa individual no Museu de Arte de Blumenau (MAB), venho encorajando o público a tocar meus trabalhos, sejam videntes ou deficientes visuais. Desta vez, a experiência sensorial acontece para todos, só que às avessas: quem enxerga é que vai sair da zona de conforto! Meu trabalho vem com essa vontade, de minimizar as fronteiras, de unir as diferenças para o crescimento pessoal do público”, define.
Entre as 12 obras em destaque, dez são traduções de outros artistas, como a reconhecida A Negra, de Tarsila do Amaral, e duas são peças autorais de Lenora, que retratam os continentes e representam o elo que conecta todas as obras da mostra, criadas por artistas de diversas regiões do mundo. O conjunto poderá ser apreciado no catálogo que acompanha a exposição.
O Relevo tem entrada franca até 2 de junho. A iniciativa é uma realização da Fundação Bienal Mercosul, financiada pelo Ministério da Cultura e Secretaria da Cultura, Turismo, Esporte e Lazer do Rio Grande do Sul, com produção da Genuinaobra Go Art Planning e apoio da ThoughtWorks.