Na era da informação, somos diariamente soterrados por um gigantesco amontoado de novidades. Chega a ser difícil manter-se atualizado diante de tanta coisa acontecendo. É claro que isso também vale para o cenário musical. Por isso convido você, hoje, para parar por pouco mais de 3 minutos para ouvir o que a La Índigo tem a cantar.
A La Índigo, banda gaúcha de Sapucaia do Sul, retorna e lança seu primeiro single em dois anos. O quarteto foi apresentado ao mundo em 2017, quando lançaram seu EP de estreia Manantial, marcado por um indie folk latino impossível de resistir.
Mais maduros e sem medo de arriscar, a La Índigo volta para a alegria dos fãs — me inclua nessa —, com nova formação, novas sonoridades e novas histórias para contar. Ouça, em primeira mão, o single “Cada Final” — lançamento exclusivo para a Revista Bá:
“Cada Final” marca uma nova era para a La Índigo. Agora formada por Anaí Corrêa (voz e violão), Gabriel Tassinari (baixo e backing vocals), João de Brito (bateria) e Pedro de Brito (guitarras), a banda investe em um momento de descobertas, deixando a coisa toda fluir, sem planejar demais.
A primeira vez que o mundo ouviu “Cada Final” foi no TEDxUnisinos, em setembro de 2018. A música ganhou seu primeiro arranjo em uma versão acústica, com direito a bombo leguero e ukulele. Descompromissada, a “versão alternativa”, que acabou sendo a primeira registrada, traz nítida a essência da La Índigo, que é não ter medo de experimentar.
Em 2019, o quarteto foi para o estúdio, acompanhado de seu “quinto Beatle”, Bruno Duluoz, que fez os teclados do single. Com letra de Pedro de Brito e contribuições de toda a banda na composição, “Cada Final” foi gravada em um único dia. Tudo isso aconteceu no Estúdio Nassau, o braço musical do Yoho Musik Arsenal, e foi uma coprodução entre a La Índigo, Luiz Reolon, Leonardo Pietrowski e Bruno Salbego, que também cuidaram da gravação e mixagem. A masterização ficou por conta de Richard Thomaz.
Aproveitamos o lançamento do single para entrevistar a banda e entender um pouco mais sobre o processo criativo, as influências e o que podemos esperar da La Índigo para 2019. Confira!
Revista Bá: gostei muito da capa do single. Gostaria que vocês comentassem um pouco sobre ela.
Anaí Corrêa: eu também gostei muito! O processo criativo dela foi engraçado, porque a gente precisava fazer uma capa e somos muito enrolado, no geral. Aí, veio todo mundo aqui para casa e começamos a decupar a letra e pensar em coisas que vinham à cabeça quando a gente pensava na letra. E aí surgiu muita coisa idiota, mesmo. Algumas ideias nós testamos com fotos da internet no Photoshop e ficavam uma merda!
Até que a gente desistiu, foi comer um xis e aí, na volta, “putz, a gente não resolveu, né?”. E foi nessa volta que resolvemos que ia ter uma foto — só não decidimos a pessoa que ia estar na foto naquele dia. Saímos pensando que, ou ia ter que ser uma pessoa com olhos muito bonitos, ou uma criança. Aí acabou sendo uma criança com olhos bonitos.
E a gente queria que tivesse o ponto e vírgula, que é a luz no rosto dela. Porque estávamos pensando em finais e começos e, como o ponto e vírgula é um “meio final”, que continua depois… Tipo isso. É isso, Gab? Não tô viajando, né?
Gabriel Tassinari: é bem isso! A história do xis é muito verdade também. [risos] Mas, sim, apesar de ter sido um processo de decisão de arte muito rápido — apesar de não ter parecido —, a parte do ponto e vírgula da criança, a opção de usar uma criança, foi bem significativa para nós.
A gente tentou fazer com que fizesse sentido para a letra e com todo o ar que a música passa. Também tivemos uma preocupação de pegar uma menina que fosse bem brasileira e bem latino-americana, digamos assim, porque faz parte de toda uma representatividade que queremos dar para a banda como um todo. Tivemos todo o cuidado de escolher uma menina, que foi a Letícia [Souza] — a Lelê. Ela tem 9 anos e supertopou participar. Ela quer aprender a tocar violão, gosta muito de música, então para ela foi uma experiência superboa também.
A foto é do João [de Brito] — ele que produziu e tal. Eu ajudei, fui assistente no estúdio e foi uma experiência superboa. Foi superlegal!
Revista Bá: a música é sobre a nova formação da banda? Esse é um recomeço para a La Índigo?
Anaí: Eu não sei… Tem músicas que a gente vai descobrir sobre o que que é muito tempo depois, porque o Pedro escreve, traz elas, e a gente só fica “nossa, lindo, vamos”. Então, acho que não é sobre nós. Não é uma metalinguagem da banda. Eu acho que é sobre a vida!
Gabriel: reforçando o que a Anaí falou, não é sobre uma transição nossa — o que seria lindo até —, mas é justificar um pouco mais esse universo, esse contexto que a gente gosta de falar sobre — que é sobre relação das pessoas, das cidades, sempre num contexto latino-americano, que isso não nos limita, mas é uma referência sempre presente para nós.
Pedro de Brito: a gente está sempre recomeçando. Como não vivemos de música, buscamos explorar coisas diferentes quando se reúne. Não conseguimos ensaiar com a regularidade que a gente gostaria, por exemplo. Então, cada vez que tocamos junto é meio que algo que construímos de novo e de novo. São ciclos dentro de um trabalho em conjunto.
Gabriel: acho que é uma continuação do trabalho, apesar de ser esteticamente um pouco diferente. Fazendo um link com essa diferenciação estética, acho que é um movimento que vamos fazer aos poucos. Tivemos a saída do Sérgio [Fidelis] e a entrada do João. Eles têm estilos de tocar diferentes, e a gente têm passado por algumas diferenças assim, de jeito de tocar e de referências, e até as composições vão mudando um pouco. Acho que é um pouco do amadurecimento normal de uma banda e do processo de composição. É mais uma evolução, de um modo geral, mas não uma transição muito delimitada, sabe?!
Revista Bá: quais foram as influências por trás de “Cada Final”? Embora a letra tenha vindo do Pedro, na hora de compor e arranjar a música, onde vocês buscaram referências? [Estaria o Of Monsters and Men entre elas?]
Anaí: sim, tem a influência de Of Monsters and Men! Eu sempre tento enfiar. [risos] Então acho que tem sim! A parte da bateria do final foi bem inspirada, mas teve outras coisas… Teve Arcade Fire!
Gabriel: ah, Arcade Fire é sempre uma referência, principalmente de baixo. Inclusive, “Saudade” [do EP Manantial] para nós é a mais linha de baixo Arcade Fire.
Gabriel: de baixo, eu mandei alguma coisa de Arcade Fire. Of Monsters and Men acho que é uma coisa principalmente da Anaí, mas acho que ela fica circundando a música como um todo. Baleia, para mim, estava bem presente naquele momento. Talvez, depois que fomos no show, essa seja uma influência bem próxima da gente para as próximas composições, eu acho. Um pouco das guitarras…
Revista Bá: vocês lançaram o primeiro trabalho, o EP Manantial, em 2017. O que mudou — em vocês, na banda — de lá para cá?
Anaí: tem a mudança de integrante, mas da gente… Ah, boa pergunta! [risos] Não sei, parece que no primeiro EP estávamos numa coisa mais orgânica, que em “Cada Final” tá um pouco mais, não sei, “aventureiro” o clima. E estamos tendendo a mais experimentações agora, para frente.
Gabriel: bom, a La Índigo pra nós sempre foi uma coisa que a gente tinha a preocupação de criar o que a gente gosta — ter orgulho do que estamos fazendo mais do que fazer por fazer. Então, esses hiatos e esses tempos de lançamentos para nós é uma coisa que gostaríamos que fosse menor, mas é uma coisa que nos preocupa — nos estressa o fato de termos que lançar, de precisarmos ter o ritmo de uma banda mainstream ou de uma banda pop.
E sobre as mudanças estéticas, eu acho que naturalmente tá acontecendo, principalmente por influência das guitarras do Pedro e da entrada do João. A gente quer experimentar algumas coisas, com menos instrumentos acústicos… Acho que essa transição, de uma coisa mais orgânica para uma coisa mais sintética, faz sentido. Sintética no sentido de usar mais coisas de teclado e alguns timbres mais eletrônicos, talvez, mas sem perder o mesmo ar que nós sempre gostamos de ter.
Anaí: a latinidade da coisa.
Gabriel: a latinidade da coisa, não só rítmica, mas, principalmente, de contexto.
Anaí: como tem dois anos de um lançamento pro outro, é inevitável que tenha bastante diferença estética, porque as nossas referências pessoais mudam muito nesse tempo, e a gente, se for ver o contexto de vida de cada um de nós, tá muito diferente. E eu acho que isso vai impactar nas próximas gravações também — quando vierem, espero que logo.
Revista Bá: apesar de ainda ser bastante indie folk, em “Cada Final” nós já conseguimos ouvir algumas novas sonoridades — como vocês mencionaram. Então podemos contar com mais experimentações nos próximos sons que vocês lançarem?
Anaí: eu acho que sim, mas acho que “Cada Final” ainda vai ser um pouco diferente do que vem por influência do Estúdio Nassau, por ter uma parte da marca deles nessa música. Não sei se isso vai permanecer nas próximas, porque é muito questão de produção.
Gabriel: é, eles tiveram bastante influência na escolha dos timbres, mas o que estamos vislumbrando agora — não é nada certo — é tentar substituir alguns instrumentos talvez… ou testar algumas sonoridades com outras pessoas, com algum outro tipo de instrumento que a gente não tá acostumado a colocar. Não que, necessariamente, vai ter essa linha estética de “Cada Final”, mas acho que é natural não irmos para uma coisa tão orgânica quanto foi o Manantial.
Pedro: acho que é mais uma questão de recursos e do momento de gravação. Tivemos experiências bem legais no TEDx e no Sofar, onde tivemos que apresentar releituras das nossas músicas por causa dos recursos disponíveis e da proposta.
Revista Bá: vocês falaram sobre novos lançamentos — sem se comprometer com nada. [risos] Podemos contar com um disco por aí, ou talvez mais um EP? Ou vocês estão descompromissados e vão fazer o que der na telha?
Pedro: não gostamos de criar expectativas. Costumamos falar sobre material somente quando estamos produzindo, mas gravações sempre estão nos planos.
Gabriel: nós sempre queremos gravar. Acho que é bem importante, mas é uma tendência não nos comprometermos com álbuns muito grandes. Acho que não faz mais sentido — a menos que a gente queira fazer algo muito conceitual, ou não necessariamente. O próprio Manantial já tinha cinco músicas, e a gente tinha todo um conceito fechado para cinco músicas. Fazia sentido. Não vejo mais necessidade de ter um disco com muitas faixas.
Anaí: o outro EP tinha uma unidade. A gente se preocupou muito em ter essa unidade. E, às vezes, quando as músicas vêm, elas não necessariamente são ligadas daquela forma.
Revista Bá: no passado vocês já tocaram covers de “Corpo Sensual”, da Pabllo Vittar, e “Vai Malandra”, da Anitta — com direito a clipe de final de ano. Podemos esperar novas peripécias com o cenário pop brasileiro ou foi um momento que passou?
Anaí: não passou! [risos]
Gabriel: acho que é a parte que a gente mais gosta.
Anaí: é muito divertido! Perdemos muito tempo em ensaio tocando funk. Todo ensaio!
Gabriel: inclusive, no nosso show de lançamento nós tocamos dois, que a Jennifer não citou. Quando a gente lançou o Manantial, lá no [Espaço Cultural] 512, tocamos “Você Partiu meu Coração”, do Nego do Borel…
Anaí: que não tocamos mais! É foda isso, e ficava tão bonito…
Gabriel: era ótima a música. A gente tocava superbem e agora ela tá no nosso histórico… Mas tudo bem.
Revista Bá: cancelada, né?! [Entenda aqui e aqui.]
Gabriel: [risos] e a gente tocou também “Vai Embrazando”, que foi a realização do meu sonho!
Anaí: na verdade, a La Índigo é o projeto paralelo do Gabriel, porque ele quer mesmo seguir na carreira de MC [risos].
Gabriel: essa vai ser a manchete na capa da Revista Bá! [risos].
Revista Bá: é um sonho antigo!
Gabriel: um sonho antigo, mas muito presente! Eu acho que o João entrou na banda e agregou bastante no time do funk.
Anaí: o João sabe fazer o passinho! Ele é perfeito.
Gabriel: a gente compartilha a mesma admiração funkística… E os covers estão sempre presentes. Sempre esperamos lançar algum cover que faça sentido para gravarmos no momento certo.
Revista Bá: e, já que falamos de cenário nacional, que bandas e artistas vocês andam ouvindo para indicar para os nossos leitores?
Anaí: eu ando ouvindo O Terno, dia e noite, noite e dia.
Gabriel: Bah… Deixa eu abrir meu Spotify aqui… Eu fui no show do Siba, no final do ano passado, e ele lançou “Barato Pesado”, que pra mim é uma das melhores músicas que ele já fez. Agora ele tá num movimento bem diferente. O Siba é um cara que eu admiro muito, e ele tem várias partes bem delimitadas da carreira. “Barato Pesado” é muito boa. Para mim é uma baita referência, apesar de não fazer muito sentido com Baleia, Arcade Fire e Of Monsters and Men, Siba sempre vai ser uma referência lá no meu coração.
Pedro: tô acompanhando o “álbum vivo” da Baleia, “Coração Fantasma” (2018), e achando bem interessante, tanto a proposta do álbum quanto a mudança sonora deles. Tô ouvindo rap nacional sob influência do meu irmão. O último que ouvi foi o “Ladrão” (2019), do Djonga. Baita álbum.
Anaí: eu sempre escuto muito Vanguart também, mas é paixão antiga, sabe?! Eu sou meio apegada às coisas. Não escuto as novidades, porque estou apaixonada pelo que eu sempre escutei.
Gabriel: ah, para não falar só de brasilidades, embora a maioria das coisas que eu escuto seja — tipo Felipe Cordeiro, eu gosto muito da Bárbara Eugênia — fica a dica aí… Mas eu gostei muito do disco do Superorganism, que não é desse ano, é do ano passado. Gosto muito do disco deles, que é o primeiro, e a apresentação deles no Tiny Desk é sensacional!
Ah, e, certamente, o João falaria bem do [MC] Kevin O Chris, defendendo a ala funkística aqui. Mas ele é o cara bem hip hop, rap, trap da banda. Ele ficou muito louco com o CD do Baco [Bluesman (2018)], inclusive, ele foi no show e adorou. Então, Baco Exu do Blues também é uma situação nossa, pelo João.
Revista Bá: no ano passado, vocês tocaram no TEDxUnisinos e no Sofar Sounds*. Como foram essas experiências?
*Nota da editora: O Sofar Sounds é um projeto mundial que apresenta shows secretos, em lugares inusitados, sempre focando em artistas locais ou artistas que estejam de passagem, valorizando a música ao vivo.
Anaí: putz, foi louco… Quando eu lembro que tocamos no TEDx, eu fico sem palavras. Eu esqueço, porque é muito absurdo ter acontecido isso. Então, esses dias eu estava assistindo ao vídeo da gente no TEDx e pensando que, basicamente, fomos TED talkers, sabe?
Gabriel: vai pro currículo, Anaí!
Anaí: supervai! Tu acha que eu não falo isso para todo mundo — quando eu lembro? [risos] Porque, às vezes, eu acho que eu alucinei… E tanto o TEDx quando o Sofar Sounds foram coisas tipo “é sério? Tá brincando?”, achando que é uma pegadinha. O Sofar era uma coisa que nós nem tínhamos colocado como plano ainda e só aconteceu. Eu ainda não sei quem é que nos indicou para eles, como chegaram na gente, mas foi muito massa — uma experiência muito legal!
Porque no Sofar, as pessoas que não te conhecem vão lá para te ouvir, e, geralmente, quem não te conhece não quer te ouvir, né… E lá o pessoal tá sentado, prestando atenção. Eles tão realmente interessados, por mais que não saibam quem tu é. E isso é muito massa, tanto para a gente conhecer artistas novos, quanto para eles nos conhecerem. Acho sensacional a ideia do Sofar, e foi muito gostoso tocar lá.
Pedro: foram experiências diferentes das que estávamos acostumado e bem enriquecedoras. A gente sempre tocou em lugares que tinham amigos e conhecidos nossos. Tocar para uma galera que não sabe o que esperar é mais desafiador.
Gabriel: é, eu acho que o Sofar reúne as pessoas que gostam de ouvir música e gostam de música da maneira mais amorosa e sincera. Então, é sempre bom tocar para quem quer ouvir. E música independente nesse Brasilzão é sempre muito difícil, porque tu toca muito mais para as pessoas que não querem te ouvir do que para as que querem te ouvir. Eu, particularmente, cumpri duas metas — das três pessoais —, que era tocar no TEDx, tocar no Sofar e tocar no Auditório do Ibirapuera — fica essa aí para a gente cumprir no futuro.
Nota da editora: a La Índigo comentou também que, embora a participação no Sofar Sounds tenha sido muito boa, a produção teve alguns problemas técnicos, e a banda não sabe se esse show vai ao ar. Se não for recuperado, talvez a La Índigo volte a participar de uma nova edição, ainda sem previsão de data. “Então, a gente vai realizar o sonho duas vezes, se for o caso”, comenta Gabriel.
Revista Bá: já que falamos de shows, existe algum show no radar ou o foco neste momento é trabalhar internamente, nas novas músicas?
Pedro: no radar, não. Andamos bem ocupados, sem pressa, tentando fazer um trabalho que a gente se orgulhe depois. Temos muito material que queremos produzir.
Anaí: agora estamos focados internamente, mas sempre estamos esperando acontecer esses acasos maravilhosos, tipo o convite para o Sofar e o convite para o TEDx. Não estamos correndo atrás no momento, mas certamente se surgisse a oportunidade a gente ia correndo… Mas a ideia agora é escrever — gravar.
Gabriel: acho que é o foco nas composições e bola pra frente, focar nos 3 pontos… Brincadeira! [risos] Sempre gostamos desses convites de última hora, porque a gente dá uma movimentada muito forte, levanta recurso, vai atrás e arranja bombo leguero, aprende a tocar… O bombo leguero é uma coisa que virou parte, mas ele foi um recurso que tiramos da manga. E o João supertopou tocar com a gente, sem mesmo ter feito um show tocando bateria — que é o instrumento de verdade dele.
E as músicas que optamos em tocar com ukulele lá no TEDx também funcionaram bem. Acho que a gente conseguiu montar um set acústico bem interessante, bem ousado, devido a esses convites de última hora.
Anaí: e nos tira da zona de conforto, né… É bem importante. Eu acho que vai aparecer bombo leguero, vai aparecer ukulele nas próximas músicas, nas próximas produções. E isso talvez nem viesse se a gente não tivesse feito o TEDx. O acaso tem muita influência também.
Revista Bá: para finalizar, um clichê: o que os fãs da La Índigo podem esperar para o futuro?
Pedro: seguimos fazendo o que a gente gosta. Vamos tentar seguir trabalhando no material que temos antes de produzir coisas novas.
Gabriel: eu acho que os fãs, de minha parte, podem esperar que a gente toque novamente, em breve, e que a gente consiga produzir algumas músicas saindo um pouco do que já produzimos, com novas experimentações.
Eu sempre toquei em bandas que tinham uma presença feminina. Ainda é um ambiente muito masculino e eu acho legal conseguirmos equilibrar um pouco isso. Então, sempre quando a gente consegue uma participação de outra pessoa para agregar o time feminino e equilibrar os dois polos, eu acho superlegal. Se conseguirmos fazer mais isso, eu acho superbom, porque eu acho horrível o palco estar sempre lotado de homens… Então, pessoalmente, pra La Índigo, é uma coisa que eu gostaria de equilibrar mais.
Anaí: é, tem que chamar as minas! Podem esperar covers de funk também, de minha parte. [risos]
Gabriel: é que esse negócio de funk parece zoeira, mas é muito verdade, tá!? Achamos muito legal, e eu acho que, no Brasil, é a maior latinidade de todas, porque consolidamos isso quando a gente incorporou o reggaeton no “funk pop”, né? Mas agora, com a popularização do 150 [bpm] e tal, eu acho o movimento superlegal… Tem suas controvérsias… Funk é uma coisa polêmica, mas eu acho uma brasilidade bem importante, bem significativa e um pouco subestimada, inclusive. POLÊMICA!
Revista Bá: a La Índigo vai trazer o funk…
Anaí: o “funk indie”!
Revista Bá: o “funk indie” para todo o Brasil!