Lá antigamente, bem lá atrás mesmo, quando se comia para viver e não se tinha geladeira nem internet, os hidratos de carbono eram verdadeiros presentes da mãe natureza, já que estavam distribuídos irmãmente nos alimentos. Era a perfeição em forma de solução. Era possível comer sem culpa e éramos obrigados gastar energia. Era o tempo em que a sobrevivência vinha antes da vivência.
Isso já faz tempo, claro. Claro também ficou o carboidrato (refinado), aquela farinha branquinha (refinada), aquele arroz soltinho e branco (refinado), aquela tapioca promissora (refinada). A galera dos carboidratos refinados chegou, arrasou no início, mas agora está mais para gangue do que para turma do bem.
Sabe-se que o carboidrato da fruta se chama frutose, o do leite se chama lactose e o de trigo, batata, raízes se chama amido. Sem entrar na química da questão, essa é uma informação que precisa estar na ponta da língua quando a pergunta é: Precisamos comer carboidratos refinados? Não, não precisamos. Nem fomos programados para isso.
Tudo na gente foi feito sob medida, sob controle, para completar e não para dificultar a vida. Mas, infelizmente, assim como o desmatamento, as cinturas aumentaram (mesmo nos corpos magros).
É hora de cuidar do “planeta” que recebemos com o nome de corpo, dizendo não aos carboidratos refinados, pelo menos cinco dias por semana. O que sobra? Tudo o que não passou pela indústria — e não é pouca coisa.