Conheci a Mariana Bertolucci quando era estagiário, em 2018, em uma agência de Marketing Digital. Naquele ano, colaborei duas vezes com a Bá Digital.
No final do ano passado, quando estava sentado em uma poltrona na casa que fico no litoral, em Imbé, pensei: por que não colaborar com a Bá em uma coluna semanal?
Este devaneio na poltrona, ao observar a rua pela janela, me fez recordar o quanto gosto de contribuir com minhas impressões sobre a vida. E assim nasceu a coluna Bá Experiência. Mas e se eu não tivesse seguido a minha intuição? Não teria entrado em contato com a Mari para propor essa colaboração? Voltando mais no tempo: e se eu não tivesse proposto duas pautas para a Bá, lá em 2018? Aumentando o retrospecto, e se eu não tivesse enviado aquele currículo e entrado naquela agência? Onde eu estaria hoje? Agora?
Certamente eu não estaria, neste momento, escrevendo este texto. E você não o estaria lendo. O presente é o efeito de uma série de decisões, nossas e de outras pessoas. E uma consequência de fatos aleatórios, em sequência, que aconteceram e nos trouxeram até aqui, no que vivenciamos agora.
Confuso? Profundo? Piegas?
Esta é a mensagem do filme Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo, que apresenta um multiverso de possibilidades do que a personagem Evelyn Wang (Michelle Yeoh) poderia ter sido — ou que está sendo em outros infinitos universos.
Evelyn Wang (Michelle Yeoh) se envolve por acaso nessa aventura multidimensional. E, durante o itinerário em outros universos, ela se depara com questionamentos pessoais ao descobrir diversas versões dela mesma, de como sua vida poderia ser diferente se algumas decisões do passado tivessem sido outras.
O longa de Daniel Kwan e Daniel Scheinert, dupla conhecida como os Daniels, arrematou os prêmios de Melhor Elenco, Melhor Atriz (Michelle Yeoh), Melhor Atriz Coadjuvante (Jamie Lee Curtis) e Melhor Ator Coadjuvante (Ke Huy Quan) na 29ª edição do Screen Actors Guild (SAG) Awards, do Sindicato de Atores dos Estados Unidos.
O SAG Awards é um dos termômetros para o Oscar, que ocorrerá no dia 12 de março. Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo está indicado em 11 categorias. Não dá para ignorar, portanto, o protagonismo do filme no SAG Awards, nem o seu favoritismo para levar as estatuetas do Oscar.
De fato, a obra tem seu mérito pela inovação, pela excelência impressionante da direção de arte, dos figurinos, da edição, dos efeitos visuais, das atuações. Entretanto, sendo bem honesto, não é o tipo de filme que me agrada. Talvez, em algum outro universo, uma outra versão de mim tenha gostado.
No podcast Bá que papo desta semana, eu e meu marido, Rodrigo, chamamos nossa madrinha de casamento Gabriela Beck, que é publicitária e cinéfila. Conversamos sobre Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo e sobre a expectativa para o Oscar 2023. Ouça agora no Spotify clicando aqui.
Para ler outros textos da coluna Bá experiência, acesse este link.
Bá Experiência por Diogo Zanella/Estúdio Telescópio