Bá experiência por Diogo Zanella/Estúdio Telescópio
Minha opinião pode ser tóxica. Cruel. Devastadora. O que eu digo pode catapultar o seu sucesso. Ou ser o responsável pelo seu descrédito e abismo. Pena ou preocupação com a sua saúde mental? São sentimentos que desconheço. Por isso, se você quiser ser popular, saiba: ninguém é poupado.
Não sou o Diogo, que escreve semanalmente esta coluna. Eu sou a crítica.
Obrigado pelas palavras, crítica. Antes que você opine sobre mim, peço licença para seguir. Agora sim, Diogo aqui.
Dirigida por Sam Levinson, criador de Euphoria, a série The Idol estreou no dia 4 de junho, na HBO Max. Com The Weeked e Lily-Rose Depp no elenco, prometia ser uma grande crítica ao lado obscuro da indústria musical, aos abusos psicológicos e sexuais de Hollywood e aos artistas dispostos a fazer qualquer coisa pela fama. O irônico, porém, é que a série passou a ser alvo da crítica por não fazer a crítica da maneira que se esperava. E começou a ser rotulada como um suposto produto excessivamente pornográfico.
Segundo a revista Rolling Stones, The Idol mudou o enfoque de “uma estrela problemática sendo vítima de uma figura predatória da indústria” para “uma história de amor degradante com uma mensagem vazia que alguns membros da equipe descrevem como ofensiva”. Transformando a série em uma “pornografia de tortura sexual”.
A revista Variety afirmou que a série brinca com “uma fantasia masculina sórdida”. E que “as cenas de sexo e nudez são exageradas”, chegado a compará-las a um filme pornô, e que “a direção de Levinson não convence ao mostrar o desejo da protagonista pela fama”.
Na trama, a estrela pop Jocelyn (Lily-Rose Depp) tem uma foto íntima vazada. Uma foto com ejaculação em seu rosto. No momento em que ela está prestes a lançar seu novo hit, após o colapso nervoso causado pela morte de sua mãe. Cercada de uma equipe que a objetifica e a isola da realidade, ela conhece Tedros (The Weeknd), uma figura vampiresca e oportunista que logo estabelece uma influência sobre cantora.
Não me afeiçoei tanto pela série. Mas jamais, nesses dois episódios, poderia ter argumentos suficientes para dizer que a odiei. Diferente da crítica, nunca fui, não sou e não pretendo ser puritano. Nessa polêmica toda, eu critico a crítica.
Nesta semana, no podcast Bá que papo, tivemos a presença do Rafa Froner e do Diego Toledano. Falamos sobre a série The Idol. Ouça agora no Spotify clicando aqui. Para ler outros textos da coluna Bá experiência, acesse este link.
Bá experiência por Diogo Zanella/Estúdio Telescópio