Inicio esse texto orgulhosa, contando que o empresário Gustavo Caleffi é referência quando o assunto é segurança. Desde os tempos da PUCRS, quando graduou-se em administração, já era atento ao tema. O surfe e a luta são paixões de adolescência. Aos 14 anos começou a praticar Kyokushin, e a identificação foi imediata. Aos 19 anos virou instrutor: “No meio da luta conheci muita gente ligada à segurança. Em 1998, uma empresa que representava marcas israelenses me convidou para representar equipamentos de segurança e armamentos para órgãos públicos brasileiros e virei representante comercial da IMI, fabricante da reconhecida metralhadora Uzi. Aí iniciou minha conexão e meu interesse.” Em 2000, Gustavo levou uma comitiva do governo para Tel Aviv e Jerusalém e deu início a uma estreita relação com empresas especializadas. Dois anos depois, para atender amigos cada vez mais interessados em aprender a se defender com ele, criou o método próprio, com ensinamentos básicos de defesa pessoal, e ministrou dezenas de cursos e treinamentos de segurança. Nascia o embrião da Squadra Gestão de Risco, empresa gaúcha criada em 2005 que está entre as grandes da América Latina. Ao seu lado, à frente da operação, estão o irmão Felipe Caleffi, Leandro Longhi e Sidnei Maciel. Entre as muitas certificações, uma capacita a Squadra para fazer segurança e proteção de qualquer governo do mundo: a de Proteção VIP Avançada pela Segurança Internacional e Sistemas de Defesa (ISDS). Ele é pós-graduado em Segurança Empresarial pela Universidade Commilas, da Espanha. Já dirigiu a Associação Brasileira de Profissionais de Segurança, é membro da American Society for Industrial Security, foi agraciado diversas vezes pela BM-RS e recebeu a maior honraria da Polícia Civil/RS, a Medalha Tiradentes, e tem formação em antiterrorismo em Israel pelo International Institute for Counter-Terrorism (ICT).
Em 18 anos de trabalho árduo, a Squadra garantiu a segurança de milhares de eventos de todos os portes: “O que faz pulsar nosso coração é trazer essa inteligência de segurança para cada indivíduo.”
Sério, obstinado, por trás do cenho franzido e compenetrado, Gustavo tem um imenso e dedicado coração. Ele ainda tem energia para, junto da bela mulher, a médica Luana, acompanhar de perto a criação dos três filhos: “Somos pais rígidos para que eles sejam íntegros. Meu trabalho me desafia diariamente a pensar em prol da maioria.” Deu para entender o orgulho que sinto do meu amigo?
Por que os cursos são em Israel? Israel é hoje referência no mundo nas áreas de tecnologia, táticas e estratégicas de segurança.
Por que os cursos de antiterrorismo, se o Brasil não é alvo? Engano, Mari. O Brasil é um dos novos alvos de terror no mundo, e, se atingir a mídia mundial, vira alvo concreto. Temos sim núcleos de divulgação do terrorismo.
Que tipo de evento é mais difícil? Shows de público teen são dois problemas em um. A segurança em si e os pais fazendo absurdos pelos filhos e quebrando regras.
Porto Alegre está mais insegura? Algumas mortes emblemáticas em lugares públicos e inesperados causam sensação de insegurança e a mídia faz o problema ficar mais perto.
E o que dizer sobre o Rio? Vivemos em uma sociedade em que temos a falência da segurança pública e das famílias (pobres e ricas). Beltrame (ex-secretário da segurança do RJ) foi claro nas estratégias das UPAs e UPPs (Unidades de Pronto Atendimento e de Polícias Pacificadoras). A polícia controla e o Estado tem que entrar com psicologia e educação. E isso nunca aconteceu.
E o aplicativo Be On? O Be On oferece à sociedade uma leitura real da violência urbana em qualquer região do mundo. Um aplicativo colaborativo dos usuários (a população), que vai concentrar e disponibilizar as informações de assaltos , acidentes, sequestros, e todo tipo de alerta preventivo.
Como se prevenir? Acreditando que em todos os momentos e em qualquer lugar podemos ser alvos.
O que te irrita? Inversão de valores e falta de senso coletivo. Vivemos em compartilhatmento. Não é possível colocar posicionamento pessoal acima dos outros. .
Defeitos e qualidades. Sou intransigente com as coisas erradas, não tenho muita flexibilidade e às vezes falta jogo de cintura com as regras e a disciplina.
Você é realizado? Dá orgulho trabalhar para salvar vidas atuando preventivamente. Sei que já fizemos muita diferença na vida das pessoas. Gosto tanto do que faço que nem sinto que estou trabalhando.
Mariana Bertolucci