Tendência dominante que reinou no verão francês é a tradicional e básica camiseta branca. Vestimenta criada como roupa interior masculina a ser usada sob a camisa para impedir o contato direto do corpo, seu uso vem evoluindo desde a ascensão do estilo casual wear. Tomou dimensão maior à época da Covid-19 quando o conforto passou a ser o foco das coleções pret-a-porter. Antes mesmo, vinha sendo mirada para atrair o público mais jovem às grifes de luxo, por ser produto ecônomico, versátil e assim, de fácil consumo.

Em 2017, Maria Grazia Chiuri, diretora de moda da Dior, incluiu na coleção primavera-verão o modelo basic white impresso com o slogan “We Should all be Feminists”, inspirado no ensaio escrito pela festejada autora nigeriana, Chamada Ngozi Adichie*. E todos já vimos estampada nas maiores revistas de moda, a nossa Uber modelo Gisele, linda, fotografada em jeans e camiseta branca. Certo que a realização dos jogos olímpicos direcionou os olhares dos fashionistas à básica branca pois a indumentária dos atletas é a camiseta, nem sempre branca. Mas essa, a branca, subiu ao pódio e reina nas mais diversas variações, texturas e modelagens. É o modelo que vai com tudo, sem erro, a opção que acode, naqueles momentos de indecisão. Confortável, descontraída, despojada, arejada, vai bem em qualquer clima. No inverno, sob o trench coat, sob o pull decote ‘V’ cor de cinza, sob o blazer, de preferência, azul marinho – quem esquece da cena final do filme ‘Uma Linda Mulher’, onde Julia Roberts resplandece em jeans, camiseta branca e blazer marinho? No verão, em toda a sua simplicidade, sustenta qualquer look, até onde a criatividade alcançar. Este ano, foi vista nos desfiles da Hermès, Bottega Veneta e Ferragamo; nas coleções primavera-verão 2024 da Emporio Armani, Uniqlo e Zara. Atemporal e acessível, em peça única ou em complemento, a básica branca é o hit do momento. Portanto, caro leitor, cara leitora, ou revira o armário ou providencia a tua camiseta branca!

(*Adichie, Chamamanda N., publicado no Brasil sob o título “Sejamos Todos Feministas”. Companhia das Letras, 2015).

Maria Alice Ripoll, advogada e cronista, Paris

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