Ouvi no Elefantes na Neblina – meu segundo podcast predileto (depois do meu próprio com meus parceiros do Estúdio Telescópio) – que as transformações humanas vêm do amor, da dor e da disciplina. Ando pensando sobre isso nos últimos dias e acrescentaria ainda outro elemento essencial pra evolução do ser humano: a nutrição, no sentido mais amplo do verbo nutrir.

Comecei há exato um mês uma reeducação alimentar na Verte Clinic, e de novo constato algo que já sabemos, mas temos o hábito de esquecer: “somos o que comemos”. E mais: não há corpo e nem mente que não respondam positivamente a uma boa alimentação. Uns mais rápidos, outros nem tanto, mas o que escolhemos ingerir – cedo ou tarde, acaba por se manifestar de forma positiva ou negativa no nosso rendimento profissional, humor, relações pessoais e energia vital. Corpo são, mente sã.

Se o que a maioria de nós está consumindo sobre o planeta e sobre as pessoas que nele habitam não tem sido apaziguador e muito menos inspirador, nutrir corpo e a alma com alimentos e conteúdos mais saudáveis e equilibrados resolve parte dos nossos problemas. Faço coro a boa parte da mulherada que está há uma vida querendo perder dois ou três quilos e ganhar mais músculos, mas o que motivou de verdade o início do meu acompanhamento de saúde integral não foi só isso.

Depois de uma menopausa, uma pandemia, um tornozelo quebrado e uma enchente no lombo, me percebi ainda mais ansiosa do que já era e me dei conta que, no auge da meia idade, eu tinha virado mais uma vez estatística. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país com o maior número de pessoas ansiosas (9,3% da população). Em qualquer dia da semana, do nada, sentia vontade de tomar um refrigerante, devorar um pacote de pastelina ou me esbaldar num quindim. Praticar yoga ou acordar cedo para ir à academia já não eram tarefas tão simples e todos os cigarros do mundo começaram a me olhar sedutores. Meditar então, que foi uma recente revolução na minha vida, parecia coisa de outro mundo. Sem falar nos calorões e outras chatices que estão incluídas no destrambelhado pacote do climatério.

Tudo o que eu vinha fazendo com naturalidade nos últimos anos, a cada dia que passava, tornava-se mais custoso, lento. Entendi que sozinha eu não daria conta de tudo o que tinha planejado para os meus próximos anos e não estava disposta a abrir mão de quase nada. Cá estou.

Terapias coletivas, parcerias de trabalho e pessoas especiais para remar comigo no mesmo barco nunca me faltaram e tenho certeza que não faltarão, mas tem momentos na vida da gente em que é preciso pedir ajuda de profissionais especializados.

Retomei uma medicação que me ajudou anos atrás e fui recomendada a conhecer a Verte, que fica na Comendador Caminha. Há 4 semanas, estou sob a supervisão de uma médica, uma nutricionista e uma educadora física, que preparam um plano de ação específico para as minhas necessidades e estilo de vida. Iniciei uma suplementação vitamínica, perdi dois quilos e diminui a maioria das medidas, mas o melhor foi que resgatei minha rotina de exercícios e alimentação com determinação e foco no meio das férias de verão.

Dieta restritiva e radical? De jeito nenhum. Como não sou muito jeitosa no preparo das refeições, tem dias em que até como menos do que é recomendado. Já me sinto com mais energia pra praticar yoga, treinar e tenho procrastinado menos meus processos criativos.

Eu adoro desafios e metas a cumprir e o que mudou o jogo de verdade para mim é o fato de estar sendo monitorada pelo scanner que avalia semanalmente a minha evolução (ou não) com um panorama da minha saúde interna e externa, comparando medidas e índices. Um tratamento de saúde integral que tem estimulado tanto a minha cabeça quanto o meu corpo.

Se tô feliz e pronta para seguir sozinha nessa nova rotina de cuidados? Feliz sim porque é gostoso demais perceber o quanto somos capazes de provocar transformações de toda a ordem em nós mesmas. Tenho quatro meses de acompanhamento para atingir ainda mais metas e objetivos que muito provavelmente me ajudarão a viver e a ser uma pessoa melhor em todos os sentidos. Aí volto a lembrar dos Elefantes… O que é capaz de transformar nossas vidas é mesmo o amor (próprio de preferência, pra começar a brincadeira…) a dor (inevitável diante da vida e das perdas…) e a disciplina para costurar e tentar a cada dia das nossas vidas resolver essa equação. Porque ela é a nossa musa intergaláctica termino esse texto com uma frase que a Fernanda Torres para a Interview Mag: “Nós somos os instrumentos. Somos nossos próprios pianos.” A música vai depender das notas que vamos escolher tocar. Que seja bela.

Por Mariana Bertolucci     

Foto: Carin Mandelli

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  1. PATRICIA DE OLIVEIRA DAMIANI says:

    “Sua matéria foi excelente e extremamente motivadora. Admiro sua forma de comunicar ideias de maneira tão envolvente e inspiradora. Continue compartilhando esse conteúdo incrível!”
    Parabéns queridona 🌹

  2. Arlete de Andrade says:

    Parabéns!!! Faço das tuas as minhas palavras. O difícil é começar, para isto uma ótima clínica para dar a empurrada e acompanhar a evolução, depois só vai…….
    E o elefante……., no momento está lá na frente!

  3. Nina says:

    Mari querida, que delicia te ler e te saber assim mais inteira, domando apetites que nos jogam para baixo e refazendo caminhos que dão esperança e nos tornam mais fortes! Precisooo! Adorei também a dica! Vou lá!

  4. Maria Alice Ripoll says:

    Leitura leve, fluida, dando a direção do amor, da dor e da disciplina e , acrescento, de muito afeto para vivermos melhor com nosso corpo, nossa mente e nossas conexões.
    Amei!!!! 🥰

  5. Rosicler Elisabeth Bondan says:

    Estava precisando ler exatamente isso. Achei que as dificuldades que narraste eram somente minha. Excelente texto prima querida . PARABÉNS!
    Bjo grande
    Rosi

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