Aos 18 anos, Luis Felipe Ducati dava seus primeiros passos no mercado imobiliário, ao lado do pai, na cidade onde morava a família na época, Gravataí. Aos 22, assumiu o comercial e o marketing de uma incorporadora de empreendimentos maiores.
Contrariando a vontade inicial do pai, transferiu-se para a cidade onde nasceu, Porto Alegre. Formou-se em direito e, quatro anos depois, decidiu abrir sua própria imobiliária, a Ducati. “Nunca atuei como advogado, mas o direito me deu segurança”, constata.
Em 2005, ele contava com o apoio de mais quatro ou cinco corretores, iniciando um trabalho de base quase do zero, pois seu círculo de amizades e profissional não era porto-alegrense. Cinco anos depois, em 2010, a Ducati tinha cerca de 300 corretores associados e um nome sólido no mercado imobiliário gaúcho. Tanto que atraiu atenção da Lopes, grupo paulista com 75 anos de atuação no mercado brasileiro — um dos líderes do segmento no país, que adquiriu, em 2010, 51% da empresa.
Nos anos seguintes, Felipe seguiu à frente da Ducati na região sul e, durante dois anos, foi o CEO nacional da Lopes, radicado em São Paulo. Ele brinca que, se não tivesse vivido a oportunidade de ser remunerado pela experiência, valeria a pena pagar por ela.
“Foi muito rico! Eu me surpreendi com diferenças do mercado — aprendi sobre empreendedorismo. Dirigir uma empresa de capital aberto e morar em São Paulo, vivenciando o ambiente corporativo da maior capital do país, foi um aprendizado. O gaúcho tem um jeito diferente de fazer negócio. O jogo corporativo por lá é muito predatório”, constata.
Mesmo com um belo contrato de 10 anos e cinco itens de remuneração, o sagaz empreendedor percebeu que seu ciclo no segmento imobiliário estava cumprido. O hospital já era uma realidade, que começou a ser planejada em 2015, e só mudou o tamanho do envolvimento de Felipe no negócio. “Eu era o executivo principal, mas não o dono. Comecei a questionar o quanto me desafiava me esforçar tanto para algo que não era meu”, revela.
Em agosto de 2015, chegou a hora de vender os 49% da sua parte societária na Ducati, que absorvia cerca de 70% do mercado imobiliário de lançamentos da região metropolitana de Porto Alegre. Felipe então mergulhou no projeto do Grupo Hospitalar Blanc. Ao lado dos médicos e sócios Charles Berres e Rodrigo Wobeto, Felipe Ducati, com 20 anos de mercado e 38 de vida, acaba de abrir as portas do Blanc Medplex, primeiro hospital cirúrgico de Porto Alegre, localizado no bairro Santana.
Wobeto já atuava em uma clínica com salas cirúrgicas bem completas. A ideia foi pensar um hospital focado em cirurgias de média e baixa complexidade, que fosse uma proposta intermediária entre uma superclínica e um grande hospital.
De olho em uma experiência inovadora e no bem-estar de pacientes, família, médicos e funcionários, com o conhecimento dos dois cirurgiões plásticos, o novo hospital coloca em prática tudo de que eles sentiam falta e gostariam de melhorar em complexos hospitalares maiores, mas não podiam pelas prioridades e emergências, como, por exemplo, diminuir a dificuldade de marcar cirurgias eletivas, eliminar o risco de contaminações hospitalares, médicos intensivistas 24 horas, equipamentos de última geração e quartos informatizados.
O objetivo do Blanc Hospital é realizar 1,5 mil cirurgias por mês — aproximadamente 60 por dia. “Estamos muito focados na experiência do paciente. Transformar um momento tenso em uma lembrança boa e confortável”, conta. O hospital já nasce com 30 leitos de recuperação, dois leitos de tratamento intensivo, quatro suítes de internação, nove salas cirúrgicas e a ideia de, em um prazo curto, abrir mais uma, além de duas salas de pequenos procedimentos, totalizando 12 salas.
O Centro Médico Medplex, onde o hospital está inserido, tem laboratório, centro de diagnóstico por imagem, 440 consultórios, 187 salas comerciais e unidade semi-intensiva. Felipe está no comando das gestões administrativa, financeira e comercial da rede e da implantação e expansão. O Blanc Hospital Medplex mal estreou, mas as metas dos determinados empreendedores não são tímidas.
“Em quatro anos, vamos construir dois hospitais em Santa Catarina, dois em São Paulo, um em Caxias do Sul e mais um em Porto Alegre, na zona norte, que já está em andamento.” Com todas as suas operações, a Rede Blanc quer chegar a 15 mil cirurgias por mês.
“O investimento do primeiro foi de R$ 30 milhões, porque compramos o imóvel onde foi construído o hospital. Não necessariamente será assim nos outros seis hospitais”. Só em junho, até o dia dessa entrevista, 250 cirurgias já tinham sido marcadas.
A previsão para o mês de julho é de 700 procedimentos — quase a metade da meta estabelecida de 1,5 mil cirurgias por mês. Se ele tem um friozinho na barriga por estar à frente de mais um grande desafio? “É meu ímpeto! Acho que está na genética. Sempre atento aos princípios éticos”.
A ideia do empresário é a de ser ainda mais disciplinado, para acompanhar de perto a filha de um ano, Isabela, e a mulher, Eliza. “Equilibrar, cada vez mais, os compromissos profissionais para estar mais perto da minha família. Conquistei a independência financeira cedo, e hoje posso desfrutar mais da vida pessoal”, encerra o jovem homem de negócios.
Por Mariana Bertoluci
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