Foi aberta na última quinta-feira no Instituto Ling a mostra individual DESDE A TONA – Dudi Maia Rosa, apresentando obras inéditas do artista paulistano..
Sob a curadoria de João Bandeira, a exposição apresenta 23 obras criadas entre 2007 e 2023, sendo a maior parte delas resinas, que são superfícies cromáticas feitas em resina de poliéster e fibra de vidro – uma marca de seu trabalho, além de algumas pinturas da série Cábulas, esculturas em metal e trabalhos em relevo feitos com diferentes materiais.
“Quase todas as “resinas” desta exposição são trabalhos recentes ou nunca mostrados, mas relacionados a uma linhagem há tempos consolidada na produção de Dudi, que soma a expansão generosa da cor ao afloramento, afetivamente irônico, de referências vindas da história da arte. Por exemplo, a pincelada, o grafismo, a listra, o jogo positivo-negativo, a iconografia simbólica (como a cobra-ourobouros), a apropriação de imagens (lá estão duas musas do cinema, Monica Vitti e Odete Lara), e até o quadro ele mesmo e sua moldura – embebida em humor, a materialidade do objeto de arte é, e não é, a própria representação.” (João Bandeira)
Dudi Maia Rosa iniciou sua primeiras investigações pictóricas com materiais translúcidos, como a resina poliéster pigmentada em fibra de vidro, em 1984. Segundo Gabriel San Martin, “a sua insistência na utilização da resina poliéster como suporte aos trabalhos dispõe de uma sina (…) que repele parcialmente a opacidade dos materiais e lida com certa expansão da obra ao ambiente” Estas investigações, afirma Cadu Ricciopo, passaram a gerar trabalhos que “não possuem frente e trás, superfície e estrutura”. E, para Oswaldo Costa, nos trabalhos de Dudi, “a tinta, a tela, o chassi, até a moldura, são uma coisa só, amalgamada”
Dudi participou do Panorama da Arte Atual Brasileira, no MAM-SP, em 1973, 1986, 1989, 1993; das edições de 1987 e 1994 da Bienal Internacional de Arte de São Paulo; da Bienal de Johannesburgo, na África do Sul, em 1995; da Mostra do Redescobrimento: Brasil 500 Anos, no Pavilhão da Bienal de São Paulo, em 2000; e da V Bienal do Mercosul (2005), em Porto Alegre. Dez anos depois, na X Bienal do Mercosul (2015). Também apresentou instalação com peças de poliestireno e outros trabalhos geométricos (em resina poliéster pigmentada e fibra de vidro) na exposição A Poeira e o Mundo dos Objetos, montada na Usina do Gasômetro de Porto Alegre, RS.
Possui obras em importantes acervos como a Pinacoteca do Estado de São Paulo, MASP, MAM-RJ, MAM-SP, MARGS, MACRS, MAC Niterói, Coleção Itaú e Stedelijk Museum (Amsterdã, Holanda).
A mostra fica em cartaz até 29 de de dezembro de 2023, com visitas livres de segunda a sábado, das 10h30min às 20h, e a possibilidade de visitas com mediação para grupos, mediante agendamento prévio e sem custo pelo site.