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Fotos por Maurício Müller e Thamires Inácio

Com a abertura da casa, o Opinião proporcionou uma experiência diferenciada ao trazer o grafiteiro e tatuador Jean Etienne, conhecido como El Xixo, para grafitar o rosto de Djonga ao vivo, no palco do evento. Poder acompanhar o processo da obra foi incrível, e o resultado foi bem surpreendente, considerando o pouco tempo disponível antes do começo do show para a realização do trampo. El Xixo mandou demais!

Enquanto o grafite rolava, o Lowlife Mob aquecia a galera com um set carregado de muito trap, seguido do DJ e produtor Milkshake, que trouxe um mix que ia de Kendrick à Sabotage.

Abrindo o show para Djonga, o rapper paulista Febem tomou conta do Opinião. O cara é mesmo um monstro! Com uma apresentação consistente e que evidentemente agradou o público, manteve um flow f*da do início ao fim. Entre as suas músicas, o destaque vai para “Bolt” e “Esse é Meu Estilo” – que tem participação do Akira Presidente e BK. Na sequência, uma breve apresentação da dupla Vira-Latas com um boom bap pesado.

Na última quinta-feira, 15 de agosto, perto da meia-noite, acompanhado por Coyote Beatz, entrava no palco a língua mais ácida e crítica do cenário atual do rap nacional: Djonga

Lançando seu novo álbum intitulado Ladrão, com o Opinião lotado e ingressos esgotados, Djonga já chegou deixando a plateia sem freio com a música “Hat-Trick”, cujo refrão foi entoado pelo Opinião inteiro:

“Abram alas pro rei / Me considero assim / Pois só ando entre reis e rainhas”.

O rapper mineiro mostrou que tem o público na mão, além de uma energia forte que ocupou todo Opinião. Um cara sério, mas também descontraído, tornando muito difícil explicar as percepções de quem estava no show. Cada rima e cada gesto tocaram alguém de uma forma diferente. O importante é que a sua mensagem estava sendo passada e que aquele se tornou um ambiente no qual muitos que possuem convicções parecidas podiam compartilhá-las. Djonga parecia contente ao ouvir a gurizada cantando suas músicas muito alto.

Djonga carrega em suas letras críticas sociais fortes demais para serem digeridas em uma só noite, obviamente. Mas vê-lo se apresentando é mais emocionante do que ouvir as suas obras pela primeira vez. É preciso maturidade e vivência para curtir esse corre ou, no mínimo, bom senso.

Em dado momento, aos gritos de “Ei, Bolsonaro, vai tomar no c*!”, Djonga teve que esperar o público ter o seu momento de protesto – com todo o respeito. Com muito bate-cabeça, o show continuou com sucessos como “Olho de Tigre” – fogo nos racistas –, “Leal” e “Junho de 94”, com a galera sempre cantando junto.

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Djonga. Foto: Maurício Müller

Sendo a terceira vez do artista em Porto Alegre, Djonga agradeceu pela presença da galera no lançamento de Ladrão e exaltou a importância sociocultural que um trabalho assim possui.

Djonga, nós que agradecemos a você. Siga seu caminho que nós continuaremos abrindo alas para o rei!

Por Karoline Oliveira

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