Criado pela jornalista Mônica Waldvogel, o programa Saia Justa, do canal GNT, estreou em 17 de abril de 2002. O elenco original era formado pelas saudosas Rita Lee e Fernanda Young, Marisa Orth e a própria Mônica, que comandou o sofá por 11 anos.

Ao longo dessas mais de duas décadas, o Saia contou com várias apresentadoras, entre elas Betty Lago, Maria Ribeiro, Pitty, Mônica Martelli, Barbara Gancia, Gabriela Prioli, Gaby Amarantos e Taís Araújo. Por ironia do destino, a jornalista Astrid Fontenelle, que substituiu Mônica Waldvogel, também ficou por 11 anos à frente da atração.

Esta semana, a apresentadora Eliana estreou no comando do Saia Justa. Estaria ela iniciando seu ano 1 de um ciclo de 11? Tô brincando, kkkk, só sigo intrigado com a coincidência (risos). Gosto dela. No entanto, preciso dizer que há um grande desafio pela frente. Não devemos, claro, presumir a nova era do programa pela estreia. Seria injusto. Mas podemos opinar especificamente sobre o primeiro episódio. 

Foi bem água com açúcar. Sem tempero. Faltou acidez na receita que tornou o Saia um debate envolvente: doses moderadas de caos, gente disruptiva, inquieta, revolucionária, questionadora, ousada e com muita vontade de opinar. Em resumo, careceu da pimenta responsável pelo prato saboroso que sempre marcou a experiência de assistir o quarteto original: a rebeldia.

Mônica Waldvogel, Rita Lee, Fernanda Young, Maria Ribeiro, Barbara Gancia e Astrid Fontenelle, para mim, cumpriram bem essa missão. O que elas têm em comum? Personalidade forte e zero preocupação com o que os outros vão pensar sobre seus comentários — qualidade difícil de ser presenciada no elenco atual, cujo comportamento pareceu polido e preocupado com reputações. Uma pena. Espero estar enganado e ser surpreendido.

Antes de tu que me lês pensares que não gosto da Eliana, embora eu já tenha mencionado que gosto, vou fazer um agradecimento especial a ela.

Uma das pautas da estreia foi mudança. A musa do Melocoton disse que as mudanças podem ser pelo amor ou pela dor. “ Mudança pelo amor é aquela que a gente consegue prever.” Entendi que tem a ver com escolhas também. Algumas mudanças existem porque as buscamos; outras sucedem inevitavelmente, pois são circunstâncias sobre as quais não temos controle.

Esta semana, pela primeira vez em 20 meses, a coluna Bá experiência está sendo publicada atrasada. Bem atrasada. Sempre às quintas, este texto de número 88 é publicado hoje, sábado, dia 10 de agosto de 2024.

Como sou esquentado e caxias, logo pensei que seria uma deixa para encerrar esse ciclo. Não gosto de atrasos, e temo que elea voltem a ocorrer. Considerei mesmo parar. Mas lembrei da Eliana e de sua fala sobre fechamento e inicio de ciclos, alguns pelo amor, outros pela dor.

Obrigado, Eliana. Tuas palavras me fizeram escolher seguir. Se um dia eu resolver parar de escrever, agora quero que seja pelo amor, não pela dor.

Bá experiência por Diogo Zanella do Estúdio Telescópio.

No podcast Bá que papo desta semana, comentamos a estreia da nova temporada do Saia Justa, do GNT, agora com a Eliana como âncora. A saia deixou de ser justa? Além disso, comentamos tudo que achamos dos pódios dos jogos olímpicos.

Ouça agora no Spotify clicando aqui. Para ler outros textos da coluna Bá experiência, acesse este link.

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