Justiça 2

Se é um prato que se come frio, não sei. Mas eu adoro comida fria, inverno e banho gelado. O que não deve significar nada, afinal, o dito popular “a vingança é um prato que se come frio” é só uma metáfora sobre como é mais satisfatório ter tempo para premeditar um troco bem dado do que dar uma revanche imediata e meia boca.

As boas almas que me lêem devem estar horrorizadas. Dirão que guardar mágoa é autodestrutivo. E perdoar é uma atitude nobre. Tudo bem, eu sei e concordo. No entanto, autoenganação também não é virtude, hipocrisia muito menos. Então, não adianta negar: sair por cima de alguém que nos desrespeitou, por exemplo, pode ser muito prazeroso.

Isso é tão verdade que os maiores clássicos da literatura, do teatro, do cinema e da televisão trazem como recompensa ao herói — e a nós, os leitores e espectadores — o tão agradável sentimento de justiça. Ou de vingança. Temos sede de justiça ou sede de vingança? Qual a diferença e os limites entre uma coisa e outra? Como mencionei em outro texto, para mim, são palavras sinônimas. Já disse filósofo Sófocles, que viveu em 497-406 a. C., “A justiça é a vingança do homem em sociedade, como a vingança é a justiça do homem em estado selvagem”.

Mas atenção, não estou estimulando a selvageria. Sou um cara muito da paz, que odeia violência, discussão, brigas e gente mal educada. E tenho total consciência de que ser pessoa vingativa não é ato de nobreza algum. Posso até ser um pouco vingativo, só que também não pra tanto. 

E essa é a reflexão que nos deixa a minissérie Justiça, de Manuela Dias. São histórias de personagens que foram injustiçados ou sofreram alguma violência que os motivaram a busca por justiça. Ou vingança. E para deixar bem claro: se tu tiveres, às vezes, aquela tentação de ser vingativo, eu entendo, mas não estimulo.

Esta semana, no podcast Ba que papo, conversamos sobre a primeira temporada da minissérie Justiça 2. Ouça agora no Spotify clicando aqui. Para ler outros textos da coluna Bá experiência, acesse este link.

Bá experiência por Diogo Zanella/Estúdio Telescópio

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