Em janeiro, estive em São Paulo para gravar o primeiro episódio deste ano do meu podcast chamado PodeMãe. Vou contar para vocês sobre as minhas convidadas: três mães, cada uma com histórias singulares. Uma teve sua primeira filha aos 40 e muitos anos; outra é mãe solo de três filhos, sendo que teve a primeira filha ainda adolescente; e a terceira é também mãe solo de quatro filhos e avó aos 43 anos.
Além de mães, são também empreendedoras. Uma delas, Verônica, é ex-faxineira de casas. Hoje, ela “faxina ideias”, produz conteúdo para o seu perfil @faxinaboa no Instagram, escreveu um livro e dá palestras.
Adriana, outra convidada, é jornalista, foi diretora comercial do Jornal do Brasil e da Revista Pais&Filhos. Além disso, é motoqueira e administra quadras de beach tênis em São Paulo junto com o marido.
A terceira convidada é Roberta, que é mãe solo, avó, auxiliar de enfermagem, motorista de aplicativo e estudante de odontologia.
Ficou com vontade de saber mais sobre essas mulheres? Espia no meu perfil @karstenvalesca. Lá está o link do nono episódio, disponível no YouTube e no Spotify.
Além de ouvir histórias tão inspiradoras, tive também um encontro marcante com outra fonte de inspiração. Por meio da minha amiga Bárbara, conheci uma amiga dela, a Drica Lobo. Marcamos um encontro, e a Drica chegou me presenteando com quatro livros. Eu, que sou mais acostumada a presentear do que a ser presenteada, fiquei me sentindo estranha. Quem nunca? “Serei eu merecedora de tanta generosidade?” “Por que não?”, me disse meu analista. Mas isso é outra história.
Um dos livros — e é sobre ele que quero falar e recomendar a vocês, mães, avós, tias e filhas — se chama Mães que Fazem Mal Sem Perceber, da autora e psicanalista Silvia Lobo, que é mãe da Drica.
A autora traz a citação do pediatra e psicanalista Donald Winnicott, considerado uma das figuras mais importantes na teoria psicanalítica do desenvolvimento infantil. No livro, Silvia discorre sobre o conceito de Winnicott que fala da “mãe suficientemente boa”, isto é, aquela que atende às necessidades essenciais da criança sem buscar a perfeição, permitindo que ela se desenvolva com autonomia.
O que é isso, afinal? Ser suficiente para alguém que chega ao mundo? Quem nunca, na vida — e principalmente na maternidade — se sentiu insuficiente?
O livro é profundo e necessário. Em uma de suas partes, a autora escreve sobre as modalidades de mães que fazem mal sem perceber. Confesso que me identifiquei um pouco com cada uma.
Outra questão que Silvia traz e que me fez pensar é o quanto idealizamos nossos filhos e o quanto eles também nos idealizam como mães. Talvez possamos pensar, ampliar essa reflexão e trazer essa conversa para o cotidiano, dizendo como realmente nos sentimos enquanto mulheres.
Que tal começarmos essa conversa juntas? Vamos dividir e humanizar nossas histórias?
Valesca Karsten
Educadora, proprietária e diretora da Escola de Educação Infantil Caracol, curadora de arte para a infância e idealizadora do Podcast PodeMãe. @karstenvalesca
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Mães Suficientemente Boas: Histórias de Superação e Reflexão

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