“Pior que um casamento fracassado só a tragédia de uma separação”

Essa sentença me foi passada pelo filósofo e advogado Luiz Eduardo Borgerth, que foi na Globo o que eu fui na RBS, no profícuo trabalho que desenvolvemos na época da Constituição Federal de 1988. Naquele então, o Borgerth tinha uma vida saudável. Após três complicados casamentos, morreu pobre em 2007.

O meu saudoso amigo era radical na defesa de suas ideias. Nessa questão do divórcio, ele tinha sua razão.

Agora, deixo o passado de lado e vou falar sobre as pessoas mais jovens, ora vivendo seu primeiro e irresistível amor. Muitos tem maturidade e sabem o que fazem. Outros, todavia, por inexperiência, acham que a paixão é única. Em função disso, convolam núpcias às pressas. O que sinaliza a perspectiva do divórcio logo adiante.

O tabu da virgindade, que levava os velhinhos como eu direto ao altar, desapareceu. Para esses últimos, a festa de bodas não deve ser o clímax de uma relação. Ela deve ocorrer, aqui ou acolá, após os nubentes se conhecerem em profundidade, quando tiverem a convicção do acerto da parceria. Muito diálogo, muita franqueza, muita compreensão, muita concessão e muita paciência. Só cumprindo esses condicionantes e com espirito positivo, os noivos vão alongar sua união e fugirem do “casa e separa”, e dessa forma, podem evitar ou adiar o divórcio com as suas inevitáveis e desastrosas consequências

Só os muito ricos e os bem pobres podem romper o casamento sem maior repercussão.  Os primeiros porque sobra dinheiro e os últimos porque não têm nada a dividir.  Os do meio, que são a maioria, precisam se dedicar com prioridade à união e ficarem atentos à ameaça do divórcio. Ela existe!

Parafraseando o Borgerth, pior do que um casamento atrapalhado e, por vezes infeliz, só os ônus de uma separação.

Fernando Ernesto Corrêa, advogado, empresário e jornalista

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