Eu, Diogo, da coluna Bá Experiência, estou lendo a autobiografia “o que sobra” (em tradução livre), do Príncipe Harry. Das 507 páginas fui até a número 162. Mas não porque desisti do livro.
Ao contrário, estou gostando muito da leitura. É porque faz pouco que adquiri o meu exemplar. Qual a relevância disso? A recente ebulição de notícias sobre Harry e Meghan após a repercussão do episódio de South Park na última semana.
South Park é uma animação norte-americana criada em 1997. O 2º desenho mais antigo em cartaz, ficando atrás apenas dos Simpsons. No episódio “The Worldwide Privacy Tour” o “príncipe do Canadá” e sua esposa — personagens fictícios claramente em referência a Harry e Meghan — estão em um programa de TV para divulgar a autobiografia ‘Waagh‘ (em alusão ao livro de Harry) e para pedir por privacidade. E são ridicularizados pelo apresentador.
Em resumo, a “piada” de South Park é sobre Harry e Meghan estarem fazendo tudo para aparecer. O que, após ler até a página 162, concordo em partes. A autobiografia “O que sobra” é, de fato, um festival de revelações e exposições.
Harry conta, por exemplo, que ele e William imploraram para que o pai não se casasse com Camilla, hoje a rainha consorte. Ele revela que William e Kate Middleton o ajudaram a escolher a fantasia de nazista usada em uma festa. E conta sobre o uso de álcool e drogas na adolescência, ao detalhar como fumava maconha no Eton College, escola tradicional do Reino Unido, e ao narrar o dia em que cheirou uma carreira de cocaína aos 17 anos.
Apesar disso, “O que sobra” é também uma autobiografia que fala muito sobre luto. Harry compara a grandeza de Lady Di à luz: um brilho radiante difícil de descrever até mesmo para Einstein. E faz uma analogia a uma esfera descoberta por astrônomos, uma estrela a bilhões de quilômetros daqui, provavelmente há muito desaparecida. Uma luz que está mais próxima do Big Bang do que da nossa Via Láctea. Mas que, ainda assim, é visível a olhos mortais por seu brilho estonteante e incrível. “Assim era a minha mãe”, narra Harry.
A popularidade de Harry e Meghan caiu entre os britânicos após a publicação do livro, enquanto a de William e Kate subiu. Mas, daqui, ao menos até a página 162, sou do time Harry.
Nesta semana, no podcast Bá que papo, conversamos com a jornalista Fernanda Zaffari, que vive em Londres, sobre os atuais acontecimentos da família real britânica, a coroação, Megan e Harry, tabloides e o futuro da monarquia. Ouça agora no Spotify clicando aqui.
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Bá Experiência por Diogo Zanella/Estúdio Telescópio