Espécie de OG da gurizada, na casa dos pais do publicitário rolavam festinhas, filmagens de super-8 e teatro na garagem. Puro estímulo à diversão e à criatividade da vizinhança que brincava na rua.
O pequeno Duddu gostava de imitar comerciais de TV, especialmente os engraçados.
Aos 9 anos, o fascínio em torno de uma super-8 já demonstrava a vontade de se comunicar e o interesse pela moda toi natural. Acabou ganhando o foco de sua carreira como publicitário, mas nasceu com a mãe e as tias, que costuraram grande parte de suas roupas: “Revistas como Cláudia e Manequim eram as referências delas e as novidades para mim”, conta Duddu. Com o tempo, passou a buscar títulos ingleses como The Face, Arena, I-D e Blitz, sobre comortamento, cinema, música e, é claro, moda. Foi nessa sede de informação que conheceu o trabalho de estilistas como Paul Smith, Vivienne Westwood e Jean Paul Gaultier. Duddu é assim, a soma dessas duas vertentes complementares e viscerais que são a moda e a publicidade. Dobradinha que tem rendido desde convites para lecionar, ministrar palestras, fazer editoriais, apresentar programas de rádio e realizar consultorias.
Quem você é e o que deseja da vida?
Uma pessoa simples e com bom gosto que deseja uma vida simples. Acredito que o bom gosto vem com a informação.
Um grande sonho? Profissional ou pessoal…
Adoraria ajudar pessoas, como os médicos sem fronteiras, por exemplo. Como não fiz medicina, quem sabe em alguma ONG com este tipo de objetivo.
O que pode melhorar a moda brasileira?
Confecções importantes já necessitam contar com uma agência de propaganda, pois a maioria das marcas nacionais está sem identidade. Conceito de produto, DNA de marca e linha de comunicação são fundamentais para uma diferenciação.
E na publicidade?
Vemos anúncios praticamente iguais. Se trocarmos os logotipos nas revistas não saberemos quem é quem. O mercado de moda passa por uma fase de profissionalização. Muitas grifes são jovens, cresceram rapidamente, e algumas nem estruturaram seus departamentos de marketing e varejo. O aprendizado teve que ser muito rápido nessas áreas, e nem sempre bem-sucedido.
Arrependimento?
Faço o que sei e o que posso. Tendo certeza disso, não tenho como me arrepender.
Onde você quer estar e o que quer estar fazendo daqui a dez anos?
Conseguir conciliar o trabalho para poder morar na beira do mar. “O mar me cura de quase tudo” é uma frase da Danuza Leão que poderia ser minha.
Um medo?
De perder os medos (que são muitos). Eles que me fazem lutar todos os dias.
Por Mariana Bertolucci