execute

Foto por Bernardo Schiavo Giesel

Você vai entender porque a primeira semente da Execute Engenharia e Incorporadora, que renderia os primeiros frutos duas décadas depois, foi plantada em 1989. No mesmo ano em que nasceu a primeira filha, José Luís Machado de Oliveira formou-se engenheiro civil pela UFRGS. 

José Luís, o pai de Amanda e Adriana Cecere de Oliveira, passou por algumas empresas até ser contratado pela Bortoncello, onde atuou como diretor técnico (responsável técnico pelas obras da construtora) nos vinte anos seguintes. Quando deixou o cargo, não faltaram concorrentes desejando seu passe. Acabou assumindo o setor de engenharia da Arcadia Urbanismo. Não por muito tempo. Meses depois, em 2008, nascia a Execute, uma empresa para atender a Arcadia e outras marcas dos ramos da construção civil e da incorporação.

Foi quando Amanda escolheu seguir os passos do pai e fez vestibular para engenharia civil. Na hora de começar a trabalhar, não foi diferente. Ainda uma menina, lá estava Amanda aprendendo e o vendo o pai erguer seu maior projeto: o próprio negócio. 

Foi em uma sala não muito grande que ela, com então 18 anos, Oliveira e outros dois sócios abriram as portas da Execute com obras em andamento e clientes para atender. Como de hábito, o engenheiro estava à frente da parte de engenharia, ao lado dos parceiros mais experientes. Todas as outras funções foram atribuídas à jovem estudante de engenharia. 

Foi na prática, visitando canteiro de obra, atendendo cliente e controlando o financeiro, que ela passou a acompanhar muito de perto tudo dentro da empresa: 

“Da salinha até esta casa, em 2012, passamos por transformações, crescemos e aprendemos juntos”. 

Amanda virou uma profissional multitarefas, empreitada que talvez seu habilidoso e perspicaz pai, mesmo sem perceber, já tivesse certeza de que ela poderia abraçar desde a infância. Ela gostava de ter ideias e de planejar como lucrar com elas. No prédio em que moravam ficou conhecida por sua produção e comércio de sacolés. Tempos em que a “projeto de empresária” já dizia querer trabalhar como executiva de banco. Pode?

Pode. E a danada não desistiu, como é da sua personalidade. De olho em uma carreira no universo corporativo e financeiro, foi morar em São Paulo. O aprendizado de três anos (2012 a 2015) foi fundamental tanto para os passos seguintes da profissional recém-formada quanto para fazer laços de amizades que mantém até hoje. “Coordenava o financeiro da empresa online, mas não brilhava o meu olho.” 

Ela amou São Paulo, fez amigos e vivenciou de perto uma concepção nova de urbanismo e moradia, que só a maior cidade do Brasil oferecia até então. O desejo de trabalhar em banco aos poucos cedia espaço aos novos planos. Um deles era conceber e focar no próprio negócio. Foi quando recebeu um contundente chamado do pai para voltar ao projeto que haviam iniciado juntos, a Execute. Em 2015, ainda órfã das amigas e da rotina paulistana, Amanda voltava para Porto Alegre e chegara a hora de encontrar seu lugar na empresa: 

“Passei por todas as áreas. Hoje estou realizada profissionalmente. Equilibramos as diferenças a nosso favor. Nossa sinergia de gerações nos ajuda a sermos contemporâneos e sólidos, características que se complementam”, conclui Amanda.

Em 2017 iniciou, sob seu comando, um novo ciclo da empresa, que tornou-se também incorporadora. Com toda rigidez e afeto peculiares às relações fraternais, Amanda treinou pessoalmente a irmã caçula para substituí-la na diretoria financeira. Adriana é recém-formada em administração, e a história se repete. Quando pergunto a Amanda como ela conseguiu dar conta de tanta responsabilidade tão jovem e atender às expectativas do pai e do mercado, ela responde: 

“A postura profissional e os ensinamentos do meu pai fizeram a profissional que sou hoje. Ele é sério, responsável, tem valores firmes de lealdade e simplicidade que estão impregnados no DNA da nossa empresa.”

O segredo para trabalhar em família? Os três são diferentes e se adaptaram para conviver no trabalho e fora dele: “Moramos os três juntos e treinamos o pai para separar os assuntos, porque ele não para (risos). Convivemos bem, respeitando o espaço e as características um do outro. Nas viagens nos divertimos só na pauta família”.

Com 11 anos, a Execute hoje atende necessidades de clientes que buscam serviços em todas as etapas de uma obra e entrega em breve seu primeiro projeto próprio, o Montjüic, que tem o cuidado e todo o brilho que o olhar de Amanda pode ter: 

“A incorporadora não nasceu apenas para entregar prédios. Além de todo o know-how e expertise do trabalho do meu pai, todos os valores da empresa estão nos nossos projeto, aproximando as pessoas com qualidade de vida. Queremos que nossos prédios sejam presentes para as cidades”, conta Amanda.

Focada em tudo que aprendeu com o pai ainda nos tempos da primeira salinha, quando tinha 18 anos, é que Amanda, que cresceu junto com a empresa que ajudou a fundar, olha longe no horizonte. Valorizando as pessoas e o trabalho em equipe, de forma transparente e responsável, com visão estratégica dos projetos da concepção à entrega. Devagar e sempre, de fala macia e forte na mesma medida. 

A estreia e o novo ciclo da marca são festejados com a Casa E, um espaço inovador e multifuncional para receber clientes e amigos da empresa e o segundo projeto assinado pela Execute. O LIV. vai se somar aos mais de 65 mil metros quadrados de área construída com muito orgulho e trabalho pela turma do Oliveira. Que tem razões de sobra para se orgulhar dessa bela dupla. 

Por Mariana Bertolucci

  1. Amanda representa um modelo vencedor de trajetória empreendedora. Acredito que a experiência de cultura corporativa externa com a retomada posterior ao negócio da família, combinado com seu perfil peculiar e a empatia com o sócio Pai experiente, explicam bastante desse sucesso. Longa vida e parabéns !

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