Bá experiência por Diogo Zanella/Estúdio Telescópio
Os ídolos da música são parte importante da nossa identidade. Através deles, expressamos nossos gostos, nossa essência. Nossa personalidade. Mais do que isso: expressamos nossa visão de mundo.
Por isso, quando eles se comportam de uma forma não-condizente com os nossos valores, é natural — e até coerente — que nos sintamos um pouco decepcionados. Bom, pelo menos é nisso que acredito.
Ao perguntar para uma amiga o que a conectava à Taylor Swift, uma vez que ela é fã da cantora norte-americana, ouvi algo muito interessante. Ela disse ter sido arrebatada quando se deu conta de que havia, na discografia de Taylor, uma letra para cada situação vivenciada. Que para qualquer sentimento, por mais absurdo e particular que fosse, lá estava uma canção, capaz de traduzir tudo que se passa na mente e no coração. E ela está certa.
Não que ela esteja certa em relação à Taylor Swift especificamente. Penso que ela está certa sobre o papel de qualquer ídolo na música.
Sabe aquele ditado “diga-me com quem andas e te direi quem és”? Se fosse “diga-me o que ouves e te direi quem és”, pra mim, teria absolutamente o mesmo sentido. Nossos ídolos na música falam por nós. É por isso que nos conectamos com eles. Por mais sutil que seja essa identificação, e algumas vezes imperceptível. E, convenhamos, não há nada mais arrebatador do que se deparar com a letra de uma canção que parece ter sido escrita pra gente. Seja por dizer o que sentimos, seja por concordarmos com a mensagem que ela traz. E aí que o tombo vem.
Quando alguém de quem a gente gosta muito nos decepciona, a gente sente. É, afinal, uma quebra de expectativa se o que projetamos em outra pessoa, de repente, parece não fazer mais sentido. Foi isso que alguns dos fãs de Taylor Swift. Em especial, essa amiga, a Gabriela Beck, que esteve no show da Eras Tour, aquele que deveria ter ocorrido no dia 18 de novembro, mas foi adiado para o dia 20 em razão do calor extremo na cidade do Rio de Janeiro.
Ao convidá-la para relatar sua experiência no podcast Bá que papo, tive receio de que houvesse algum sentimento de negação por parte dela. Não em relação ao convite para participar do pod, mas em reconhecer que algumas atitudes de Taylor Swift merecem, sim, ser questionadas.
E que não há justificativa plausível capaz de nos fazer compreender como a morte de uma fã durante um show pode simplesmente ser tratada da forma que foi, ou como não foi. Obrigado por compartilhar conosco, Beck. Um relato muito necessário.
No podcast Bá que papo desta semana, recebemos a publicitária Gabriela Beck, que esteve presente em um dos shows da Taylor Swift no Rio de Janeiro.
Ela contou toda a experiência com o calor e a falta de organização da produção, desde o adiamento do show, no momento em que ela já estava dentro do estádio, até sua passagem pelo posto médico por queda de pressão e a visão dela sobre os desdobramentos da tragédia do dia 17.
Além disso, comentamos outros pontos da carreira da loirinha do pop, como a Gabriela se tornou fã e por que hoje a Taylor é considerada a artista A-list com a maior demanda.
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Bá experiência por Diogo Zanella/Estúdio Telescópio