Engenheiro de formação e doutorado em arquitetura com Hélio Piñon, José Luiz Canal é um amante do mundo. Do zero colocou de pé a Fundação Iberê Camargo, ao lado do arquiteto autor do projeto, Álvaro Siza. Depois vieram o Museu de Arte do Rio de Janeiro e a obra do Instituto Moreyra Salles. É casado com Denise Musse, com quem tem um casal de filhos. Canal já andou longos períodos pelo Rio, Barcelona, Chile, Ásia e Londres. Também já circulou pelo Catar, onde ajudou em um projeto de um complexo para um sheik.
“Porto Alegre é importante pelas raízes. Uma vida provinciana saudável com pessoas viradas para o mundo. Morar onde não se conhece ninguém não é um bom lugar para envelhecer.”
A FIC foi um marco na sua carreira? Não imaginei construir um museu na minha cidade. As obras do Siza e do Iberê já me diziam algo. Construir isso do zero é para o resto da vida.
Um engenheiro com olhar arquiteto? Sou muito próximo dos arquitetos, e não contra. Dou mais vida possível ao desenho..
Essencial para um bom projeto? Bom ambiente de trabalho.
Seu maior prazer? Tomar café na Silveira olhando o mar.
Considera alguma obra uma atrocidade? Difícil. As pessoas tendem a olhar os defeitos. Prefiro as virtudes e as ideias.
O que não fazer? Só penso no que quero fazer mais. No que não quero fazer, não penso muito.
Ser feliz é… quando tu te sentes sem angústias e podes ficar mais perto das pessoas que tu mais gostas. Perceber mais o teu entorno e o que as pessoas podem te dar.
Moraria em algum outro lugar? Gostaria de ficar mais em outros muitos lugares. A perspectiva de uma manhã de sábado no Rio é a melhor do mundo, chinelinho, praia, teatro, cinema. Gosto de Los Angeles e de Londres quando não chove. Todos os lugares são bons. Garopaba também. Sinto falta de ficar mais lá. Com a internet vai dar cada vez mais para ficar em outros lugares. Mas todo mundo também quer se encontrar mais. Uma coisa bacana desses projetos é criar lugares de encontros.