Uma das principais fontes de renda da aldeia guarani Pindó Poty são as esculturas de animais silvestres entalhadas em madeira. Para a confecção desse artesanato, utiliza-se uma árvore conhecida como pau-leiteiro, de madeira leve e de fácil manuseio. Contudo, essa espécie está cada vez menos presente, dificultando a confecção e a venda de sua arte. Neste contexto, nasce o Kurupi, união da Preza com o artista Xadalu e a aldeia. A Preza é uma marca genuinamente brasileira que produz óculos de madeira feitos à mão. Desenvolvem produtos de baixo impacto ambiental e alto impacto social, a partir de excedentes industriais. Cada óculos é único, exclusivo e numerado.
O projeto apresenta um kit com um óculos, uma arte numerada de Xadalu e um jaguarete, onça em guarani, entalhada em madeira e à mão pela aldeia Pindó Poty. O artista é o responsável por essa integração: renomado profissional que já conquistou as ruas de Porto Alegre e do mundo, tem fortalecido cada vez mais sua relação com comunidades indígenas e da periferia, sempre buscando formas de contribuição e apoio, como cursos e oficinas. O projeto conta com a atuação do biólogo Rodrigo Cossio, um apaixonado pelas culturas indígenas e pela ciência e prática da agrofloresta. A partir dele, encontrou-se o viveiro de Dona Vilma, no Vale da Solidão, em Maquiné. Lá, foi possível encontrar as mudas de pau-leiteiro necessárias para o projeto.
O Kurupi
Pau-leiteiro em guarani, o nome Kurupi valoriza o artesanato, uma das principais formas de expressão guarani. O projeto não tem fins lucrativos. O artesanato é comprado e tem seu valor repassado integralmente no kit, assim como os custos de produção e despesas administrativas. O valor arrecadado será revertido na doação de cestas básicas e no plantio de 120 mudas de pau-leiteiro. O Kurupi tem caráter replicável, pois existe uma vasta rede de aldeias dos Mbya Guarani distribuídas por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
Fotos: Divulgação